Recentemente, a Embrapa lançou a versão 2.0 do método BRLUC (Brazilian Land Use Change), desenvolvido para permitir a estimativa da mudança direta do uso da terra direta de vários produtos agropecuários em nível municipal para todo o Brasil.
O impacto da mudança do uso da terra (Land Use Change ou LUC, em inglês) deve ser incluído em estudos de pegada de carbono e de ACV, conforme descrito nos principais protocolos e normas internacionais, como o GHG Protocol e normas ISO 14040, 14044 e 14067. Em resumo, no estudo de um determinado produto, é necessário verificar qual era o uso da terra 20 anos antes e qual a diferença de estoque de carbono entre esse uso anterior e o uso atual.
"O ideal nestes estudos é o levantamento de dados em nível de talhão ou de fazenda, mas muitas vezes isso é inviável, seja por falta de informações ou pelos altos custos e tempo envolvidos. O método BRLUC foi desenvolvido para suprir essa necessidade, disponibilizando dados em nível municipal, de forma aberta e em conformidade com os protocolos internacionais", diz Renan Novaes, analista da Embrapa Meio Ambiente e um dos coautores do método.
O novo método e as novas estimativas de emissões foram publicados no Journal of Cleaner Production e os dados para o período 2000-2019 também estão com acesso aberto no site da Embrapa.
Em paralelo, o GHG Protocol está conduzindo o projeto ‘Land Sector and Removals Guidance’ a fim de explicar como as empresas devem contabilizar e relatar as emissões e remoções de GEE do manejo da terra, mudança do uso da terra, produtos biogênicos e atividades relacionadas, com base nas normas Corporate Standard e Scope 3 Standard.
Atualmente, a orientação está sendo desenvolvida por meio de um processo global iniciado em 2020, incluindo diversas partes interessadas. A versão preliminar para teste e revisão piloto já está disponível e espera-se que o guia seja finalizado e publicado em 2023.