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Matérias-primas críticas - Riscos ambientais x Relevância econômica

04/11/2020

Recentemente, foi publicada a quarta lista de CRMs para a União Europeia (UE). Elas combinam as seguintes característica: grande importância para a economia e alto risco associado ao seu fornecimento.

No início do ano, publicamos um artigo sobre como a ACV, a partir dos Inventários do Ciclo de Vida (ICV), pode contribuir para o gerenciamento das matérias-primas críticas (critical raw materials, CRM). A nova lista contém 30 materiais; bauxita, lítio, titânio e estrôncio são incluídos na lista pela primeira vez. Possuía 14 materiais em 2011, 20 materiais em 2014 e 27 materiais em 2017, dos quais 26 permanecem na lista.

O hélio continua sendo uma preocupação no que diz respeito à concentração da oferta, mas desaparece da lista de 2020 devido ao declínio em sua importância econômica. A Comissão Europeia continuará a monitorar de perto o hélio, tendo em conta a relevância para uma série de aplicações digitais emergentes. Também fará o monitoramento do níquel, tendo em vista os desenvolvimentos relacionados ao crescimento da demanda por armazenamento em bateria.

Lista das matérias-primas críticas (UE, 2020)
Antimony Hafnium Phosphorus
Baryte Heavy Rare Earth Elements Scandium
Beryllium Light Rare Earth Elements Silicon metal
Bismuth Indium Tantalum
Borate Magnesium Tungsten
Cobalt Natural graphite Vanadium
Coking coal Natural rubber Bauxite
Fluorspar Niobium Lithium
Gallium Platinum Group Metals Titanium
Germanium Phosphate rock Strontium

Por que as matérias-primas críticas são importantes?

  • • As matérias-primas não energéticas estão ligadas a todas as indústrias em todos os estágios da cadeia de abastecimento.
  • • O progresso tecnológico e a qualidade de vida dependem do acesso a um número crescente de matérias-primas. Por exemplo, um smartphone pode conter até 50 tipos diferentes de metais, todos contribuindo para seu pequeno tamanho, leveza e funcionalidade.
  • • As matérias-primas estão intimamente ligadas às tecnologias limpas. São insubstituíveis em painéis solares, turbinas eólicas, veículos elétricos e iluminação com eficiência energética.

Principais produtores de CRMs
Embora a produção interna de certas matérias-primas críticas exista na UE, como a do háfnio, na maioria dos casos a UE depende de importações.

Por exemplo, a China fornece 98% dos elementos de terras raras usados na UE, a Turquia fornece 98% de borato e a África do Sul fornece 71% das necessidades de platina , além de uma parcela ainda maior de metais do grupo irídio, ródio e rutênio.

Os riscos associados à concentração da produção são, em muitos casos, agravados por baixas taxas de substituição e reciclagem.

A figura ao lado apresenta os países responsáveis pela maior parte do fornecimento da UE de CRMs, o Brasil destaca-se devido à alta concentração de nióbio.

Segundo Bruziquesi et al. (2019), nos últimos anos, o nióbio vem despertando interesse por parte de pesquisadores e do governo em virtude das propriedades interessantes, quando usado em ligas metálicas, como elevada resistência mecânica e maleabilidade. O nióbio também é utilizado na fabricação de vidros especiais, tais como lentes, películas de revestimento e capacitores cerâmicos. Quando usados como materiais anódicos em baterias de íons-lítio, esse metal (na forma de óxidos) proporciona alta capacidade volumétrica além de ser aplicado como supercapacitores híbridos. Na aplicação em catálise, área importante para a indústria química e petrolífera nacional, catalisadores a base de nióbio geralmente apresentam boa estabilidade química, acidez e versatilidade, ocupando um importante papel em reações catalíticas oxidativa.

Para mais informações sobre o tema, consulte: https://ec.europa.eu/growth/sectors/raw-materials/specific-interest/critical_en.