Recentemente, foi publicada a quarta lista de CRMs para a União Europeia (UE). Elas combinam as seguintes característica: grande importância para a economia e alto risco associado ao seu fornecimento.
No início do ano, publicamos um artigo sobre como a ACV, a partir dos Inventários do Ciclo de Vida (ICV), pode contribuir para o gerenciamento das matérias-primas críticas (critical raw materials, CRM). A nova lista contém 30 materiais; bauxita, lítio, titânio e estrôncio são incluídos na lista pela primeira vez. Possuía 14 materiais em 2011, 20 materiais em 2014 e 27 materiais em 2017, dos quais 26 permanecem na lista.
O hélio continua sendo uma preocupação no que diz respeito à concentração da oferta, mas desaparece da lista de 2020 devido ao declínio em sua importância econômica. A Comissão Europeia continuará a monitorar de perto o hélio, tendo em conta a relevância para uma série de aplicações digitais emergentes. Também fará o monitoramento do níquel, tendo em vista os desenvolvimentos relacionados ao crescimento da demanda por armazenamento em bateria.
Lista das matérias-primas críticas (UE, 2020) | ||
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Antimony | Hafnium | Phosphorus |
Baryte | Heavy Rare Earth Elements | Scandium |
Beryllium | Light Rare Earth Elements | Silicon metal |
Bismuth | Indium | Tantalum |
Borate | Magnesium | Tungsten |
Cobalt | Natural graphite | Vanadium |
Coking coal | Natural rubber | Bauxite |
Fluorspar | Niobium | Lithium |
Gallium | Platinum Group Metals | Titanium |
Germanium | Phosphate rock | Strontium |
Por que as matérias-primas críticas são importantes?
Principais produtores de CRMs
Embora a produção interna de certas matérias-primas críticas exista na UE, como a do háfnio, na maioria dos casos a UE depende de importações.
Por exemplo, a China fornece 98% dos elementos de terras raras usados na UE, a Turquia fornece 98% de borato e a África do Sul fornece 71% das necessidades de platina , além de uma parcela ainda maior de metais do grupo irídio, ródio e rutênio.
Os riscos associados à concentração da produção são, em muitos casos, agravados por baixas taxas de substituição e reciclagem.
A figura ao lado apresenta os países responsáveis pela maior parte do fornecimento da UE de CRMs, o Brasil destaca-se devido à alta concentração de nióbio.
Segundo Bruziquesi et al. (2019), nos últimos anos, o nióbio vem despertando interesse por parte de pesquisadores e do governo em virtude das propriedades interessantes, quando usado em ligas metálicas, como elevada resistência mecânica e maleabilidade. O nióbio também é utilizado na fabricação de vidros especiais, tais como lentes, películas de revestimento e capacitores cerâmicos. Quando usados como materiais anódicos em baterias de íons-lítio, esse metal (na forma de óxidos) proporciona alta capacidade volumétrica além de ser aplicado como supercapacitores híbridos. Na aplicação em catálise, área importante para a indústria química e petrolífera nacional, catalisadores a base de nióbio geralmente apresentam boa estabilidade química, acidez e versatilidade, ocupando um importante papel em reações catalíticas oxidativa.
Para mais informações sobre o tema, consulte: https://ec.europa.eu/growth/sectors/raw-materials/specific-interest/critical_en.