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Atividade econômica e Mudanças Climáticas

13/05/2020

Com a redução da atividade econômica mundial durante a pandemia do novo coronavírus, algumas notícias relatam quais são os impactos ao meio ambiente. Os principais exemplos são a melhora da qualidade do ar em grandes cidades, águas visualmente mais limpas e as possíveis reduções das emissões de gases de efeito estufa.

Mas não há o que celebrar, já que esta é a pior maneira possível de se vivenciar uma melhora no meio ambiente. Este cenário também nos mostra o quão desafiador é atingir as importantes metas de redução dos tratados sobre Mudanças Climáticas, como o Acordo de Paris.

Pesquisas apontam que a redução das emissões decorrente deste período não será suficiente para mitigar impactos relevates no clima.

Dados do Carbon Brief apontam que as concentrações médias anuais de CO2 ainda aumentarão neste ano, mesmo que as emissões estejam diminuindo significativamente neste semestre. Durante todo o ano, estima-se que os níveis de CO2 aumentem em 2,48 partes por milhão (ppm). E o lockdown deve evitar que se emita 0,32 ppm adicional - equivalente apenas a 11% do aumento esperado.

Isso significa que, embora as emissões globais sejam menores neste momento, elas persistem, ainda que a uma taxa mais lenta, não provocando inversão na tendência de crescimento anual das concentrações de dióxido de carbono. Uma demonstração acidental da relevância de se focar os esforços nas áreas mais contribuintes para o Aquecimento Global.

Segundo Gina McCarthy, chefe do Conselho de Defesa dos Recursos Naturais (NRDC), a pandemia tem mostrado que as pessoas mudarão de comportamento se for em prol da saúde de suas famílias. E esse tipo de mensagem não é transmitido quando falamos sobre Mudanças Climáticas, ou seja, de que é um problema de saúde humana, não apenas uma questão planetária. Segundo ela, temos que mostrar que podemos ter um ambiente estável, mantendo os postos de trabalho.