Nas últimas semanas, o novo Marco Legal do Saneamento Básico foi sancionado, tendo como meta principal a universalização até 2033, garantindo que 99% da população brasileira tenha acesso à água potável e 90% ao tratamento e a coleta de esgoto.
O saneamento básico engloba um amplo conjunto de serviços, como o abastecimento de água potável, esgotamento sanitário, limpeza urbana, manejo de resíduos sólidos, drenagem e manejo das águas pluviais.
Além da quantidade adequada e regularidade do abastecimento de água tratada, a qualidade é um fator imprescindível. Os principais fatores que afetam a qualidade da água são a poluição das águas superficiais e subterrâneas por esgotos domésticos, efluentes e resíduos provenientes da indústria e da agricultura.
O Banco Mundial identificou a poluição da água como uma "crise invisível" que ameaça sociedades e economias. E, segundo o relatório “Global Water Report” publicado em 2019 pelo CDP, as empresas precisam demonstrar muito mais engajamento no assunto.
O relatório aponta que menos da metade das 2.433 empresas analisadas mede e monitora regularmente seus efluentes e apenas 12% estabeleceram uma meta e/ou objetivo de redução da poluição. Além disso, muitas empresas subestimam os riscos associados à poluição da água, com 10% apenas atentas a esses riscos.
As grandes indústrias estão na linha de frente da crise e são chave para este enfrentamento. Os setores de alimentos, têxtil, energia, químico, farmacêutico e mineração exercem enorme influência sobre o uso e a poluição de água doce em todo o mundo. O modo como essas empresas optam por crescer terá um impacto significativo sobre os recursos hídricos. Portanto, recomenda-se a adoção das seguintes estratégias:
É importante destacar que as empresas podem obter vantagens competitivas ao gerenciar seu potencial de poluição. As águas residuais, por exemplo, representam um vasto recurso inexplorado de energia.
A ACV Brasil desenvolve estudos de Pegada Hídrica que apoiam a gestão dos recursos hídricos, a partir da avaliação dos aspectos de disponibilidade e uso da água sob a perspectiva da Avaliação do Ciclo de Vida (ACV). Os estudos de ACV também contribuem para a avaliação da qualidade da água ao considerar, por exemplo, as categorias de Eutrofização e Acidificação.