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Boas práticas de ESG garantem maior resiliência às empresas em períodos de crise

03/07/2020

Segundo a maior gestora de ativos no mundo, empresas com uma gestão também focada na sustentabilidade apresentam-se mais resilientes durante o atual período de crise (BlackRock). Uma das constatações é a preferência dos investidores por ativos sustentáveis. No primeiro trimestre de 2020, os fundos globais atrelados à sustentabilidade (fundos mútuos e ETFs) renderam USD 40,5 bilhões em novos ativos, um aumento de 41% ano a ano. E os fundos estadunidenses atrelados à sustentabilidade atraíram um recorde de USD 7,3 bilhões no trimestre.

No Brasil não é diferente, a valorização do ISE B3 (208%), desde a criação em 2005, superou o desempenho do Ibovespa (152%) neste mesmo período.

Embora conclusões extraídas a partir da crise atual não devam ser tidas como definitivas, porque se dão em um curto espaço de tempo, as constatações alinham-se à resiliência que a BlackRock notou nas estratégias sustentáveis durante crises anteriores.

Além disso, segundo a B3centenas de estudos conduzidos nas últimas duas décadas demonstram que a abordagem do investimento responsável não prejudicou o desempenho das carteiras de investimento, se comparadas aos benchmarks tradicionais. Ao contrário, em vários casos, propiciou desempenho superior”.

Ainda segundo a B3, esses fatos reforçam a hipótese de que sustentabilidade pode gerar vantagem competitiva ou, pelo menos, mitigar riscos e melhorar a reputação, produzindo maior valor a longo prazo.

Para estimular a indução de boas práticas ESG (do inglês, Environmental, Social and Governance), a B3 passou a disponibilizar, neste ano, acesso gratuito das companhias de capital aberto ao Simulado ISE B3. Ao realizar o preenchimento a companhia recebe um relatório detalhado, demostrando o seu desempenho nas sete dimensões da sustentabilidade e um comparativo com as empresas que integram a atual carteira do Índice.

Outra novidade importante é o processo de reestruturação do Questionário ISE B3. O objetivo central desta ação é aumentar a atratividade do índice para investidores e companhias listadas na bolsa. As principais atualizações compreendem a setorização do questionário, alinhamento com benchmarks internacionais (SASB, SAM, GRI e Sistema B) e incorporação de métricas externas e informações públicas. Sobre a Dimensão Mudança do Clima, destacamos a futura substituição pelo relatório do CDP (Carbon Disclosure Project). Para informações mais precisas sobre essas mudanças, recomendamos o webinar realizado em abril deste ano.

Até o dia 10 de julho está aberta a primeira consulta pública referente à proposta de reestruturação do Questionário ISE B3, na qual os interessados podem opinar sobre a primeira proposta de agrupamento dos temas do questionário em setores empresariais. O sistema on-line representa o cruzamento entre as perguntas do Questionário ISE B3 e a abordagem de materialidade setorial utilizada pela SAM Corporate Sustainability Assessment (CSA).