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Explore as emissões de Gases de Efeito Estufa de todos os municípios brasileiros

10/03/2021

O SEEG (Sistema de Estimativas de Emissões e Remoções de Gases de Efeito Estufa) é uma iniciativa do Observatório do Clima, coalizão que fomenta a discussão e o estabelecimento de compromissos relacionados à temática de Aquecimento Global desde 2002. A partir de 2014, as emissões antes reportadas apenas para o Brasil passaram a ser alocadas também por Estado. Nas coleções de 2018 e 2019, foi incluído o primeiro experimento de alocação das emissões no nível municipal para todos as cidades do Estado de São Paulo, cobrindo o período de 2007 a 2015. Em março deste ano, a partir da coleção SEEG 8 iniciou-se a alocação das emissões para todos os municípios brasileiros para o período de 2000 a 2018.

Segundo Patrícia Espinosa, secretária executiva da CQNUMC (UNFCC), “Cities are where the climate battle will be won or lost.”, ressaltando o potencial de atuação do poder público municipal sobre vários elementos que implicam emissões e remoções de GEE. Como exemplos de atributos das prefeituras, podemos citar mobilidade urbana (transporte e trânsito), planejamento territorial, critérios de construção civil, gestão de resíduos sólidos, serviços públicos de transporte e energia, taxação de serviços e bens, restrições ambientais, estímulos industriais, licenciamento local, definição e implantação de áreas verdes.

Entender as emissões é fundamental para executar ações, reduzir ameaças e aproveitar as oportunidades de transição para uma economia de baixo carbono. Antes do SEEG 8 ser lançado, menos de 5% das cidades brasileiras possuíam inventário anual de GEE, mesmo que para apenas 1 ano isolado.. Para a maior parte das cidades é dispendioso e muito trabalhoso elaborar um inventário.

O SEEG Municípios preenche essa lacuna, disponibilizando gratuitamente uma plataforma para apoiar a ação climática nos municípios brasileiros a partir de dois componentes: inventariar as emissões e remoções de GEE e oferecer soluções para mitigar as emissões com desenvolvimento sustentável.

Foi possível alocar pouco mais de 90% das emissões do Brasil para os municípios, sendo os processos industriais o principal desafio de alocação das emissões. Vale lembrar que o SEEG municípios não substitui em grau de detalhamento os inventários municipais de emissões, mas representa a melhor estimativa possível com os dados secundários disponíveis.

Todos os dados do SEEG são disponibilizados em plataforma digital, onde é possível efetuar consultas , assim como obter a base de dados completa. As fontes de emissões são classificadas de acordo com cinco setores: Agropecuária, Energia, Mudanças de Uso da Terra (MUT) e Florestas, Processos Industriais e Resíduos. Destacamos abaixo alguns dos principais resultados obtidos a partir da plataforma:

  • •O mapa de distribuição das emissões totais de 2018 nos municípios aponta que as maiores emissões estão concentradas no Norte do Brasil e possuem relação com MUT e Florestas.
  • •Em relação à representatividade de cada setor para as emissões, 3.666 municípios (65,8%) possuem a agropecuária como a principal fonte de emissão; em 1.011 municípios (18,2%) predominam as emissões de MUT e florestas; em 793 municípios (14,2%) o setor de energia é o mais representativo; em 85 municípios (1,5%) resíduos se sobressaem e em 15 municípios (0,3%) destacam-se as emissões dos processos industriais e uso de produtos.
  • •Dos dez municípios que mais emitiram GEE em 2018, sete localizam-se na Amazônia e possuem as emissões relacionadas à MUT e agropecuária. São Paulo ocupa o 4º lugar e possui grande parte das emissões relacionadas com a queima de combustíveis. Rio de Janeiro e Serra (ES) ocupam as duas últimas posições no ranking, a primeira sofre influência das emissões da queima de combustíveis e resíduos sólidos e a segunda recebe relevante contribuição da metalurgia.
  • •A análise por atividade econômica revela que o agronegócio representou 70% das emissões de GEE do Brasil em 2018, levando em conta a somatória das emissões da MUT e florestas associadas à agropecuária, emissões diretas da agropecuária (fermentação entérica, por exemplo), emissões da energia da agropecuária e resíduos.
  • •Os dez municípios onde ocorrem remoções de GEE estão localizados na Amazônia, principalmente devido a áreas protegidas, ou seja, florestas que permanecem florestas. Em seguida, as remoções por vegetação secundária são as mais representativas.

A plataforma SEEG disponibiliza uma série de outras análises, explore a ferramenta!