O SEEG (Sistema de Estimativas de Emissões e Remoções de Gases de Efeito Estufa) é uma iniciativa do Observatório do Clima, coalizão que fomenta a discussão e o estabelecimento de compromissos relacionados à temática de Aquecimento Global desde 2002. A partir de 2014, as emissões antes reportadas apenas para o Brasil passaram a ser alocadas também por Estado. Nas coleções de 2018 e 2019, foi incluído o primeiro experimento de alocação das emissões no nível municipal para todos as cidades do Estado de São Paulo, cobrindo o período de 2007 a 2015. Em março deste ano, a partir da coleção SEEG 8 iniciou-se a alocação das emissões para todos os municípios brasileiros para o período de 2000 a 2018.
Segundo Patrícia Espinosa, secretária executiva da CQNUMC (UNFCC), “Cities are where the climate battle will be won or lost.”, ressaltando o potencial de atuação do poder público municipal sobre vários elementos que implicam emissões e remoções de GEE. Como exemplos de atributos das prefeituras, podemos citar mobilidade urbana (transporte e trânsito), planejamento territorial, critérios de construção civil, gestão de resíduos sólidos, serviços públicos de transporte e energia, taxação de serviços e bens, restrições ambientais, estímulos industriais, licenciamento local, definição e implantação de áreas verdes.
Entender as emissões é fundamental para executar ações, reduzir ameaças e aproveitar as oportunidades de transição para uma economia de baixo carbono. Antes do SEEG 8 ser lançado, menos de 5% das cidades brasileiras possuíam inventário anual de GEE, mesmo que para apenas 1 ano isolado.. Para a maior parte das cidades é dispendioso e muito trabalhoso elaborar um inventário.
O SEEG Municípios preenche essa lacuna, disponibilizando gratuitamente uma plataforma para apoiar a ação climática nos municípios brasileiros a partir de dois componentes: inventariar as emissões e remoções de GEE e oferecer soluções para mitigar as emissões com desenvolvimento sustentável.
Foi possível alocar pouco mais de 90% das emissões do Brasil para os municípios, sendo os processos industriais o principal desafio de alocação das emissões. Vale lembrar que o SEEG municípios não substitui em grau de detalhamento os inventários municipais de emissões, mas representa a melhor estimativa possível com os dados secundários disponíveis.
Todos os dados do SEEG são disponibilizados em plataforma digital, onde é possível efetuar consultas , assim como obter a base de dados completa. As fontes de emissões são classificadas de acordo com cinco setores: Agropecuária, Energia, Mudanças de Uso da Terra (MUT) e Florestas, Processos Industriais e Resíduos. Destacamos abaixo alguns dos principais resultados obtidos a partir da plataforma:
A plataforma SEEG disponibiliza uma série de outras análises, explore a ferramenta!