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Dinamarca lança guia rápido sobre marketing ambiental para combater o greenwashing

02/02/2022

Pouco antes da virada do ano, a Ouvidoria do Consumidor dinamarquês publicou um guia rápido com regras e exemplos de marketing para a comunicação de atributos ambientais. O objetivo do guia é ajudar as empresas a evitar declarações enganosas sobre as características de seus produtos atreladas (ou não) à sustentabilidade.

Já em 2014, a Dinamarca havia publicado orientações sobre a ética das declarações ambientais de produtos. Agora, as regras estão mais acessíveis através do novo “guia rápido” para empresas sobre como elaborar campanhas de marketing com foco ambiental.

A Ouvidoria do Consumidor recomenda que as empresas sejam o mais precisas possível ao descrever como um produto se destaca. Se um produto não estiver à altura do marketing, será um marketing enganoso. Assim, o guia rápido contém vários exemplos de quando pode ser uma violação da Lei escrever positivamente sobre o impacto ambiental de um produto sem ter a documentação suficiente.

Segundo Weidema (2022), “o material afirma que a documentação das alegações de sustentabilidade deve ser baseada em uma análise do ciclo de vida que mostra que a empresa não prejudica a capacidade das gerações futuras de atender às suas necessidades. As questões de saúde, sociais e éticas também devem ser consideradas. Portanto, é muito difícil classificar um produto de sustentável sem ser enganoso.”

A Avaliação do Ciclo de Vida é indicada como a melhor ferramenta para fornecer evidências robustas para apelos ambientais ou de sustentabilidade de produtos, evitando assim apelos “verdes” simplificados, o chamado greenwashing.

Metade das alegações ‘verdes’ carece de evidências
No início de 2021, a Comissão Europeia divulgou o resultado de uma triagem de sites para identificar violações do direto do consumidor, com foco no greenwashing, a prática pela qual as empresas afirmam que estão fazendo mais pelo meio ambiente do que realmente estão. Confira abaixo as descobertas da detalhada análise de 344 alegações aparentemente duvidosas.

  • • Em mais de metade dos casos, o comerciante não forneceu informações suficientes para que os consumidores julgassem a veracidade da alegação.
  • •Em 37% dos casos, a alegação incluía declarações vagas e gerais, como “consciente”, “ecologicamente correto”, “sustentável”, que visavam transmitir aos consumidores a impressão infundada de que um produto não tinha impacto negativo no meio ambiente.
  • •Além disso, em 59% dos casos, o comerciante não apresentou provas facilmente acessíveis para apoiar a sua alegação.
  • •Nas avaliações globais, tendo em conta vários fatores, em 42% dos casos as autoridades tinham motivos para acreditar que a alegação pode ser falsa ou enganosa e, portanto, potencialmente constituir uma prática comercial desleal segundo a Diretiva Práticas Comerciais Desleais (UCDP).