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Silêncio verde: desvendando o greenhushing

06/05/2024

Em resposta à crescente conscientização sobre a importância da sustentabilidade, muitas empresas têm promovido suas iniciativas verdes através de campanhas de marketing e relatórios. Porém, surge agora um fenômeno inverso e relativamente subestimado: o greenhushing. O termo refere-se à prática de empresas que optam por não divulgar suas ações ambientais positivas. Esse comportamento pode parecer contraintuitivo à primeira vista, mas possui motivos complexos.

Uma das principais razões para o greenhushing é o medo de críticas e acusações de greenwashing, que é quando empresas fazem comunicações enganosas sobre suas políticas ambientais para parecerem mais sustentáveis do que realmente são. Com o público e os reguladores cada vez mais atentos e críticos às afirmações ambientais das empresas, muitas optam por uma abordagem mais discreta para evitar o escrutínio. Ao não promoverem suas práticas sustentáveis, estas empresas buscam minimizar o risco de serem acusadas de exagerar seus esforços ou de usá-los meramente como estratégias de marketing.

Outra razão significativa para o greenhushing está na complexidade e nos desafios da sustentabilidade. Algumas empresas podem estar em estágios iniciais de implementação de práticas sustentáveis e, consequentemente, preferem não divulgar progressos até que os resultados sejam mais concretos e mensuráveis. Esse cuidado pode ser visto como uma forma de responsabilidade corporativa, evitando declarações prematuras que poderiam levar a expectativas não atendidas.

Entretanto, o greenhushing também pode ter impactos negativos no progresso ambiental mais amplo. Ao escolherem não compartilhar suas iniciativas, as empresas perdem a oportunidade de liderar pelo exemplo, inspirar outras organizações e participar de um diálogo aberto sobre práticas mais sustentáveis e eficazes. A falta de transparência pode ainda obscurecer a verdadeira imagem do compromisso empresarial com a sustentabilidade, dificultando a capacidade dos stakeholders de fazerem escolhas informadas e de pressionarem por melhorias contínuas.

É essencial, portanto, encontrar um equilíbrio entre a promoção de práticas sustentáveis e a prevenção do greenwashing. A transparência deve ser encorajada, mas acompanhada de rigor e honestidade. As empresas devem se empenhar para comunicar seus esforços de maneira clara e precisa, garantindo que todas as informações sejam baseadas em evidências e progressos verificáveis.

E sabia que existem outros termos que não exploramos neste artigo, como o greencrowding, greenlighting, greenshifting, greenlabelling, greenrinsing? Caso queira entender o que cada um significa, sugerimos a leitura do artigo publicado pela Euronews.green.